Ao começar a investir, especialmente em renda variável, ouvimos falar sobre muitas instituições que participam do mercado financeiro. Entre elas, está a bolsa de valores de São Paulo, responsável por garantir um ambiente seguro de negociações.
A bolsa de valores brasileira, a B3, já passou por diversas transformações e oferece diversas possibilidades, tanto para quem quer investir quanto para quem deseja especular. No entanto, ainda é comum que as pessoas não saibam qual é a sua importância na história do país.
Neste artigo, você conhecerá a história da bolsa de valores de São Paulo. Aproveite a leitura!
Como começou a história da bolsa de valores no Brasil?
A história da bolsa de valores brasileira é bastante antiga. As primeiras instituições surgiram ainda no período colonial, aproximadamente no ano de 1820. Naquela época, elas funcionavam nos estados da Bahia e do Rio de Janeiro, sendo que o segundo concentrava a maior parte do mercado de capitais.
Até o ano de 1966, cada estado tinha a sua própria bolsa, que estava sob a responsabilidade das secretarias de finanças. Depois, as bolsas se tornaram instituições autônomas, sem relação com os governos estaduais.
Além disso, em 1976 foi fundada a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que permanece responsável pela regularização do mercado financeiro brasileiro. Esse foi um acontecimento de destaque em meio às mudanças nas bolsas.
Porém, ao longo do tempo a bolsa de valores passou por diversas fusões até se tornar a B3. Nesse cenário, a tecnologia também foi essencial para aprimorar os processos e aumentar a acessibilidade para os investidores.
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Como surgiu a Bovespa?
Após se tornar uma instituição autônoma, a bolsa de valores de São Paulo (Bovespa) ganhou destaque em 1970, durante o governo militar. O país passava por uma crise econômica e, com a maior relevância da Bovespa, ela se tornou a principal bolsa do país.
Depois de um período, nos anos 2000, o mercado já havia acompanhado diversas mudanças importantes. Nem todos os estados ainda possuíam bolsas de valores e apenas 9 negociavam ações. Nesse contexto, as bolsas de São Paulo e do Rio de Janeiro se fundiram.
O processo envolveu as demais bolsas em atividade no país. Com a integração, a Bovespa ficou responsável pela negociação de todas as ações e títulos privados. Já a bolsa do Rio de Janeiro passou a negociar os títulos públicos no mercado eletrônico.
Outra mudança acontece entre 2005 e 2006 — com o avanço da tecnologia, os pregões presenciais deixaram de existir. Assim, todas as operações da bolsa de valores se tornaram eletrônicas. Isso fez com que a Bovespa se tornasse o principal ambiente de negociação de ações.
Caso Naji Nahas
O motivo para que a bolsa do Rio de Janeiro optasse por restringir a negociação aos títulos públicos foi o crash que ocorreu em 1989. A instituição se viu diante de uma grande bolha especulativa que culminou em uma grande queda e fez com que a sua credibilidade nunca fosse recuperada.
O principal responsável por esse fato foi Naji Nahas, um empresário libanês que chegou ao Brasil em 1969. Com parte da fortuna da sua família, construiu um conglomerado de empresas e aumentou seu patrimônio.
Nahas começou, então, a realizar operações especulativas na bolsa do Rio de Janeiro. Para isso, ele utilizava opções das ações da Petrobras. A atividade foi bem-sucedida e o especulador conseguiu bons lucros. No entanto, o mesmo sucesso não se consolidou ao operar ações da Vale.
Diante disso, as manipulações de mercado foram descobertas, o que gerou desconfiança e apreensão por parte dos investidores. Por consequência, muitas pessoas quiseram se desfazer dos seus ativos.
O resultado foi um grande aumento da oferta, fazendo com que os preços caíssem com bastante intensidade. Isso fez com que a CVM precisasse interferir, cancelando o pregão por um dia. Com os acontecimentos, a quebra da bolsa do Rio de Janeiro foi inevitável.
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Como foi criada a BM&F Bovespa?
Após a união das bolsas do Rio de Janeiro e de São Paulo, aconteceu outra fusão em 2008. Nesse ano, a Bovespa se incorporou à Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros (BM&F), que era uma bolsa de commodities e reunia outras duas empresas.
Assim, surgiu a BM&F Bovespa, que viabilizou a realização das negociações no mercado futuro em um mesmo ambiente. Essa união aumentou o destaque e a importância da bolsa brasileira no mercado internacional.
Afinal, após a fusão, a BM&F Bovespa conquistou o terceiro lugar entre as maiores bolsas de valores do mundo, além de ser a principal na América Latina.
Como surgiu a B3?
A série de fusões realizadas na bolsa de valores brasileira não terminou com o processo de 2008. A última mudança foi recente e ocorreu em 2017: a nova união aconteceu entre a BM&F Bovespa e a Central de Custódia e Liquidação Financeira de Títulos Privados (Cetip).
Vale saber que a Cetip era a instituição responsável pela operacionalização do mercado financeiro brasileiro. Após a fusão, a bolsa de valores ficou responsável por realizar todas as atividades referentes ao setor e se estabeleceu como uma importante central depositária.
Foi a partir dessa fusão que a bolsa de valores passou a se chamar B3 — Brasil, Bolsa e Balcão. Isso permitiu que ela tivesse alto valor de mercado e se tornasse uma das maiores bolsas do mundo.
Atualmente, a B3 concentra as negociações de ações de empresas de capital aberto no mercado à vista e as operações no mercado futuro. Ela também abrange atividades ligadas aos títulos públicos.
Inclusive, é o bom funcionamento da bolsa que proporciona a liquidez necessária para investidores e companhias no mercado financeiro. Dessa forma, as pessoas podem negociar ativos e derivativos com rapidez, transparência e segurança.
Atividades da B3
Como única bolsa do Brasil, a B3 possibilita a compra e venda de ações e commodities, além de permitir a negociação de moedas estrangeiras e contratos futuros. A instituição também oferece a custódia de títulos públicos e privados.
Além disso, a B3 também possui uma unidade de financiamento de veículos e imóveis. Com isso, a instituição oferece produtos e serviços para o processo de análise e aprovação de crédito em todo o território nacional.
Agora você conhece a história da bolsa de valores de São Paulo e sabe a importância da instituição para o mercado financeiro nacional. Como resultado dessa evolução, a B3 é a maior bolsa da América Latina e tem reconhecimento global.
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