Mercado inicia a semana dividido entre a euforia proporcionada pelos ótimos indicadores chineses e apreensão em relação aos impactos econômicos globais gerados pela tensão entre EUA X China.
A possibilidade de eclosão de novos focos de Covid-19, em várias partes do mundo, preocupa os traders. Avesso aos riscos, o que se viu nesta segunda (27/7) foi uma busca maior pelo ouro nos pregões - recorde de US$ 2000 a onça.
Em terras orientais, o otimismo partiu dos lucros demonstrados pelas grandes indústrias chinesas no mês de junho, cujo avanço, comparado com março de 2019, praticamente dobrou; cravando o marco de 11,5%.
Apesar dos excelentes números, algumas bolsas asiáticas encerraram o dia no vermelho, como: Nikkei (Tóquio) - 0,16% a 22.715,85 pontos e o Hang Seng (Hong Kong) - 0,41% a 24.603,26 pontos. Na contramão positiva, estavam as demais: Xangai Composto (China) + 0,26% a 3.205,23 pontos, Shenzhen Composto (China) + 0,28% a 2.144,37 pontos, Kospi (Seul) + 0,79% a 2.217,86 pontos e Taiex (Taiwan) +2,31%, a 12.588,30 pontos.
Na Europa, mesmo com o euro e a libra valorizadas ante o dólar, os pregões amargaram quedas: FTSE 100 (Londres) fechou - 0,31%, em 6.104,88 pontos, CAC 40 (Paris) - 0,34%, a 4.939,62 pontos, FTSE MIB (Itália) - 0,28%, em 20.019,96 pontos, IBEX 35 (Madri) - 1,70%, a 7.170,60 pontos e PSI 20 (Lisboa) - 0,89%, a 4.452,41 pontos. Exceto Frankfurt (Alemanha) que fechou estável a 12.838 pontos. Dentre as maiores perdas registradas estão os papéis atrelados ao turismo e lazer.
Outra notícia ansiosamente aguardada pelos traders vem do Congresso americano. Segundo o chefe de gabinete da Casa Branca, ainda nesta segunda (27/7), medidas de incentivos financeiros próximo a US$ 1 trilhão serão apresentadas.
Os futuros da Dow Jones (às 16h43) registravam 26.567,79 pontos com elevação de 0,37%. O S&P 500 atingiu valorização de +0,84% a 3.231,38 pontos.
Naturalmente, a performance positiva do Ibovespa de hoje é reflexo do estímulo ianque à economia. O pregão terminou o dia em saldo azul de + 2,05% a 104.575,30 pontos.
Dentre as maiores altas temos: USIM5.SA (+6,75%), HYPE3.SA (+5,84%), , BRAP4.SA (+5,56%) e ITSA4.SA (+5.45%).
Já as maiores baixas foram: VVAR3 (-3,22%), LREN3.SA (-2,91%), IRBR3.SA (-2,04%), SULA11.SA (-2,02%) e GOLL4 (-1,70).
Dólar
Em queda livre internacional, moeda norte-americana perde tração nos principais mercados atingindo o menor nível desde o final de 2019. Por aqui, o dólar recuou -0,94% - cotado a R$ 5,158.
O enfraquecimento do dólar é fruto de uma somatória de fatores como: conflitos com a China, evolução da pandemia doméstica estadunidense, incerteza das eleições presidenciais e expectativa em relação às ações que o Federal Reserve tomará no sentido de afrouxar a política monetária.
Conforme dito pelo chefe das operações cambiais da Brown Brothers Harriman: "O baixo desempenho econômico dos EUA provavelmente contribuirá para o baixo desempenho do dólar”. Por fim, é válido dizer que se estima que o PIB americano registre queda anual de 35% no segundo trimestre.