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Marcação a mercado em Renda Fixa: Como aproveitar os movimentos da taxa Selic?

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Você sabe o que é a marcação a mercado e como ela funciona? Apesar de ser um termo pouco conhecido entre os investidores iniciantes de diversos perfis de investimentos, a marcação a mercado tem uma extrema relevância para o mercado quando se trata de renda fixa.

Isso por que a marcação a mercado afeta diretamente o preço dos títulos de renda fixa, elevando o preço ou fazendo com que o preço final desses títulos marcados a mercado cai, desvalorizando o mesmo.

Isso nos mostra que a renda fixa pode não ser tão estável e simples como costumam imaginar. Entender o conceito e o mecanismo de como funciona esse indicador é algo essencial para quem quer investir ou para quem já faz aplicações no mercado de renda fixa.

Continuando a leitura desse nosso post, você entenderá tudo sobre a marcação a mercado, como funciona, como aumentar a sua rentabilidade utilizando esse indicador como base, as vantagens e riscos e muito mais. Confira!


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O que é como a marcação a mercado funciona?

A marcação a mercado consiste na atualização diária nos preços dos títulos de renda fixa, como em tesouro Selic, certificados de depósito bancário (CDB), letra de crédito imobiliário e agronegócio (LCI e LCA), certificado de recebíveis imobiliários e agronegócio (CRI e CRA) e seus derivados. Também ocorrem em fundos de investimentos com a atualização diária de suas cotas para serem negociados no mercado. Neste artigo focaremos na dinâmica que acontece com a renda fixa.

Essa marcação é feita para demonstrar o real valor desse ativo em um determinado dia, para se caso for realizado a negociação do mesmo. Em renda fixa, é uma informação importante para quem quer realizar um resgate antecipado ou negociar esse título no mercado secundário. Vale lembrar que, se levado até o vencimento, será entregue a rentabilidade prometida no ato da aquisição, independente do cenário e marcação a mercado que houver.

Ela ocorre diretamente por alguns fatores que envolvem a economia, oferta e demanda dos investidores e o valor dos novos títulos que estão sendo emitidos. Em questão da economia, fatores como oscilações da taxa Selic, inflação, cenário macro e as negociações desses ativos podem definir os seus preços.


Como os cenários poder afetar na marcação?

A marcação a mercado afeta diretamente os investimentos que possuem alguma taxa fixa no ato da contratação, seja ele pré-fixado ou híbrido. As altas ou quedas da taxa Selic, adotadas pelo Comitê de Política Monetário (COPOM), influenciam na desvalorização ou valorização dos títulos.

Suponhamos que você comprou um título pré-fixado com remuneração a 10% a.a. por 5 anos. Após algum tempo, houve mudanças na economia e COPOM optou por diminuir a taxa de juros, fazendo com que os títulos sejam emitidos a taxas menores. Nesse caso, seu título se valorizou se comparado com o que está sendo negociado no mercado e seu título poderia ser vendido com um ágio, podendo sair com uma rentabilidade acima do prometido se caso permanecesse até o vencimento.

Mas é claro que também há a possibilidade de acontecer o oposto. Mantemos o pensamento da compra com remuneração a 10% a.a. Após algum tempo, houve uma piora no cenário econômico que o COPOM preciso realizar o aumento da Selic. Neste cenário os novos títulos serão emitidos com taxas acima do que antes. A sua renda fixa então se desvalorizou se comparado com o que está sendo negociado no mercado e seu título poderia ser vendido com um deságio, podendo sair com uma rentabilidade abaixo do esperado ou até mesmo perdendo uma parte do capital que foi investido.

São nesses dois casos que a atuação da marcação a mercado acaba ocorrendo, reajustando o valor do seu título, seja na valorização ou desvalorização. Essas oscilações afetam diretamente o preço unitário deste investimento. Portanto, se vender nesse determinado dia, o valor que irá receber será o preço unitário que estará sendo negociado e não uma rentabilidade proporcional como muitos pensam.


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Como investir para aproveitar marcação a mercado?

Muitos investidores aproveitam o cenário que se encontra a economia para encontrar oportunidades e ganhar com uma possível marcação. Mesmo com o cenário e certas previsões que beneficiam a estratégia, ainda pode considerar ter um risco caso não venha se concretizar com o esperado.

Basicamente os interessados identificam como está a taxa de juros hoje, além de verificar as possíveis projeções que o mercado faz com a taxa Selic nas próximas reuniões do COPOM. Importante verificar como está a economia do país e, principalmente, a inflação e suas projeções, pois afetam diretamente na decisão.

Feito essa análise macro e verificar quais são as expectativas para os próximos anos, podemos verificar as melhores opções para investir. Caso a taxa estiver alta, como atualmente, e com intenções de diminuírem, é melhor optar por títulos pré-fixados e híbridos. Em caso dos juros estiver em patamares baixos, igual visto em meados de 2020, e com intenções de aumentarem, é mais interessante investir em pós-fixados para aproveitar essa alta do que investir nos outros e ficar tomando deságio e tendo que levar até o vencimento.


Imposto de Renda

Como essa estratégia é focada para ganhar nas oscilações da taxa em renda fixa, a tributação não diferiria que se incide nesses investimentos. Segue a tabela regressiva de imposto de renda que começa nos 22,5% e vai até 15%, dependendo da quantidade de dias que ficar com o título.


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Conclusão

Após ler todo esse conteúdo do nosso post, deu para perceber que a marcação a mercado não é um bicho de sete cabeças, não é mesmo?!

Mesmo se você não for um especialista do mercado financeiro, qualquer pessoa com o mínimo de conhecimento básico em matemática consegue analisar e acompanhar a volatilidade dos preços.

Esse conhecimento é primordial para quem investe em renda fixa. Afinal de contas, dependendo de quanto fechar a marcação do dia, pode se tornar mais vantajoso vender um título antes do prazo do que esperar para fazer o resgate do mesmo na data de sua finalização.

Portanto, confira sempre as variações frequentes pelas quais os seus títulos estão passando e aumente a rentabilidade de suas aplicações.


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