Educação Financeira

Mercado de Opções: Como montar uma operação Collar?

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Muitas pessoas não entendem as estratégias do mercado financeiro. Nomes como Collar, Fence, Mesa e Condor, podem mesmo confundir as pessoas.

Afinal, o mercado financeiro é um ambiente repleto de oportunidades de investimentos e operações.

Entre as inúmeras possibilidades disponíveis para quem deseja ganhar dinheiro com investimentos estão as operações com opções e derivativos.

No artigo de hoje, você conhecerá uma estratégia bastante utilizada por investidores que buscam diversificar suas operações no mercado financeiro: a operação Collar – que tem condições de oferecer a estes investidores uma proteção de até 100% do capital investido, dependendo do papel selecionado.

Continue a leitura deste texto, saiba mais sobre esta estratégia e aprenda a montar uma operação Collar para proteger seus investimentos e diversifica sua carteira.

O que você irá aprender neste artigo:

O que são opções?

Opções são, de maneira bastante simplificada, o direito de comprar e vender um determinado ativo ou mercadoria a um preço pré-determinado dentro de um determinado vencimento.

No Brasil, o mercado de opções ainda é pouco explorado pela maior parte dos investidores.

Nos Estados Unidos, por outro lado, este mercado é vastíssimo e bastante conhecido por quem investe e opera no mercado de capitais.

Assim como em outros segmentos do mercado, as opções permitem ao investidor criar e colocar em prática uma série de estratégias, que podem ter como objetivo reduzir riscos de uma operação ou investimento, aumentar as possibilidades de ganho ou até mesmo fazer hedge.

E, entre as operações mais conhecidas – e utilizadas – pelos investidores dentro do universo de opções e derivativos está a operação Collar.

Operação Collar

O Collar é uma estratégia com opções que tem como objetivo proteger uma posição em caso de queda do mercado ao mesmo tempo em que existem chances de um determinado ativo se valorizar – e seu preço subir.

A operação Collar é conhecida por ser uma estratégia casada, que envolve a compra de uma determinada ação, uma venda de uma opção de compra e a compra de uma put.

Como resultado da estratégia, o Collar permite ao investidor definir um lucro e um prejuízo máximos até a data de vencimento da operação.

Confira um exemplo de operação Collar na imagem a seguir:

Note a presença de uma linha reta no canto inferior esquerdo e no canto superior direito.

A linha à esquerda representa a zona máxima de perdas da operação, enquanto a linha à direita representa o lucro máximo previamente definido para a operação.

A zona de lucro máxima de uma operação Collar está intimamente relacionada à taxa de juros Selic e ao prazo da operação. Falaremos sobre isso mais adiante.

Como funciona a operação Collar?

A operação Collar, como você já sabe, pode ser definida como uma proteção adicional para o investidor, e envolve a execução de três ordens: a compra de ações, a compra de uma put e a venda de uma call – formando o desenho da imagem acima.

Estas três ordens – na mesma quantidade – irão resultar em uma proteção ao investidor, que limita suas perdas e seus ganhos.

Montar uma operação Collar não é difícil, mas exige um pouco de conhecimento do investidor – sobretudo sobre o mercado de opções e derivativos.

Por isso, se você tem interesse de montar uma operação Collar, é importante se preparar.

No Canal do Investidor no YouTube, você  encontra um curso gratuito sobre opções, que lhe apresenta conceitos básicos sobre este mercado e prepara você para  montar estratégias mais simples com opções.

Se, no entanto, você deseja fazer uma operação Collar mas não tem interesse em montar a estratégia você mesmo, pode ser necessário solicitar auxilio ao seu assessor de investimento.

Ele pode ser a pessoa mais gabaritada para ajudar você a montar uma boa operação Collar.

Em relação aos rendimentos, é importante destacar que, em épocas de taxas de juros mais altas, as operações com opções costumam proporcionar proteção e rendimentos maiores aos investidores – já que a taxa Selic influencia no preço das opções.

Em momentos de taxas de juros mais baixas, por outro lado, os prêmios das opções também são menores.

Para quem é indicada esta operação?

Diferente de operações de travas de alta e de baixa – indicadas para um trader ou investidor mais moderado ou agressivo, o Collar é mais indicado para um perfil mais conservador de investidor, que opera renda variável e tem interesse em realizar operações e estratégias com opções e derivativos.

O Collar, portanto, não é uma operação agressiva.

Você pode estar se perguntando: mas, investidores com perfil conservador operam renda variável? A resposta é sim!

É perfeitamente possível ser um investidor conservador e ter uma pequena parcela da sua carteira de investimentos alocada em ativos e estratégias de renda variável.

Nos Estados Unidos, por exemplo, é muito comum que os investidores com perfil conservador posicionem parte de seus portfólios em ações e multimercados – principalmente pelo fato de a renda fixa gerar rentabilidades baixíssimas em países mais seguros e economias mais sólidas, como é o caso do mercado norte-americano.

Portanto, não importa se você é um investidor com perfil mais conservador: você também pode utilizar a estratégia Collar para seus investimentos.

Quando montar esta operação?

É possível montar uma operação Collar em todos os cenários do mercado.

Não é comum, no entanto, que investidores adotem esta estratégia quando as projeções são de um movimento de alta forte para um determinado ativo.

Via de regra, portanto, a operação Collar é utilizada quando se tem um determinado papel em carteira – como ações da Petrobras (PETR4), Vale (VALE3) e Itaú (ITUB4), por exemplo – e se está receoso em relação aos resultados, movimentações e instabilidades destes papéis – o que poderia afetar os preços e o desempenho das ações em curto e médio prazo.

Nestas situações, você monta um Collar para se proteger – sabendo que, caso as ações despencarem, você estará protegido e que, se os papéis se valorizarem, você poderá aproveitar parte desta rentabilidade.

Apesar disso, muitos profissionais do mercado sugerem que o Collar seja utilizado em um cenário de lateralização e até mesmo em momentos nos quais a tendência é de alta para um determinado papel.

Isso porque, caso você esteja errado e o ativo não avançar, você estará protegido com a operação Collar.

Clique aqui e saiba mais sobre lançamento coberto – mais uma estratégia direcionada para contextos de lateralização do mercado.

Conclusão

Em épocas de juros cada vez mais baixos, buscar por novas estratégias e investimentos para fazer seu capital render um pouco mais pode ser uma excelente decisão – independentemente do seu perfil enquanto investidor. 

E a operação Collar pode ser uma alternativa interessante para quem deseja investir no mercado de ações e derivativos sem correr grandes riscos.

Se você deseja conhecer outras estratégias envolvendo o mercado de opções e derivativos, continue acompanhando nossas postagens.

E, em caso de dúvidas, não deixe de contatar seu assessor de investimentos ou um profissional capacitado para ajudá-lo a definir e a executar boas estratégias de investimento e operações no mercado financeiro.

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Luis Outi

https://investidorindependente.com/

Amante do mercado financeiro. Trabalho no mercado financeiro desde 2008, especializado no mercado de renda variável e de derivativos, também conhecido como opções.