Se você é trader ou investidor e gosta de conhecer novas estratégias com derivativos e opções certamente já deve ter ouvido falar da estratégia Seagull – uma operação que permite ao investidor ganhar dinheiro na alta das ações e se proteger das quedas que, eventualmente, possam ocorrer no mercado.
Mas, se você ainda não conhece esta operação ou deseja saber mais sobre como montá-la, este artigo é para você.
Continue a leitura e conheça mais sobre a estratégia Seagull – uma das principais operações com derivativos e opções do mercado brasileiro.
O que você irá aprender neste artigo:
- O que é a estratégia Seagull?
- Como funciona a operação Seagull?
- Para quais investidores esta operação é indicada?
- Para quem não é indicada a operação Seagull?
- Conclusão
O que é a estratégia Seagull?
A Seagull – ou Gaivota – é uma estratégia que possibilita a entrada ou o posicionamento dos investimentos no mercado de renda variável utilizando produtos de renda fixa ou ações como garantia de margem.
O nome desta operação deriva do desenho formado pela operação, que se assemelha a uma gaivota.
Confira a seguir o desenho da operação Seagull:
A estratégia Seagull é destinada às operações com derivativos e uma das suas principais características é o fato de o investidor não precisar pagar nada para entrar na operação – diferente do que ocorre com outras estratégias com opções e derivativos.
Em uma trava de alta com call, por exemplo, o investidor paga na entrada da operação – o que exige deste investidor ter dinheiro suficiente em sua conta na corretora para cobrir os custos da entrada na operação.
Já no caso da Seagull você pode utilizar o que chamamos de margem de garantia – que pode ser feita sob forma de dinheiro, mas também sob forma de investimentos.
Nesta situação, o investidor tem a possibilidade de colocar outro ativo como margem de garantia da operação, caso os possua – como investimentos em Certificado de Depósito Bancário (CDB), títulos do Tesouro Direto, ações de outras empresas, entre outros.
Esta estrutura, portanto, permite ao trader ou investidor participar da alta de um determinado ativo sem a necessidade de comprá-lo – podendo ainda, inclusive, contar com um certo nível de proteção.
Como funciona a operação Seagull?
Na prática, para montar a operação, o investidor precisa comprar uma opção de compra – cujo preço do exercício é próximo ao preço do ativo – e vender uma opção de compra fora do dinheiro.
O investidor vende também uma opção de venda e se protege de eventuais quedas dentro de um determinado intervalo de preços.
Ao montar esta estratégia, portanto, o investidor poderá participar de uma alta do mercado de ações enquanto seu dinheiro estará alocado em outros investimentos – como os produtos de renda fixa citados anteriormente, garantindo ao investidor a possibilidade de garantir lucros provenientes da valorização do mercado enquanto desfruta de uma certa proteção da sua operação com derivativos.
Esta proteção é possível graças ao que chamamos de “colchão” – que garante que o investidor não tenha prejuízos até determinado preço e garante o aproveitamento da alta do mercado até um outro determinado patamar de preço.
Mas atenção: a estratégia Seagull é indicada apenas para momentos nos quais há uma expectativa de valorização do ativo objeto.
Vale ressaltar ainda que, na maioria das vezes, a operação Seagull estará sempre atrelada a ações – como ações de Petrobras (PETR4), Itaú Unibanco (ITUB4), Vale (VALE3), Gerdau (GGBR4), Usiminas (USIM5), entre outras.
Quer conhecer outros tipos de estratégias com derivativos e opções? Então clique aqui para saber mais sobre a operação Collar ou clique neste link para conhecer a operação Borboleta.
Para quais investidores esta operação é indicada?
A operação Seagull é indicada para investidores que possuem um perfil moderado/agressivo – principalmente para aqueles que possuam investimentos em renda fixa e que desejam utilizar estes produtos como margem para montar uma estratégia com derivativos – em busca de oportunidades de melhores ganhos com seus investimentos.
Investidores que já possuem uma carteira de ações e que tenham maior apetite a risco também podem se interessar pela operação Seagull – uma vez que, neste caso, eles poderão utilizar suas carteiras como margem de garantia para montar esta estratégia com opções – operando, inclusive, outras ações de grandes empresas que não façam, eventualmente, parte da sua carteira de investimentos.
Trata-se de uma oportunidade, portanto, de operar no mercado de opções sem precisar colocar mais dinheiro à frente da operação.
Para quem não é indicada a operação Seagull?
A operação Seagull não é indicada para investidores com perfil conservador e/ou que tenham pouca familiaridade e experiência com investimentos em fundos de investimento e ações.
Esta estratégia também não deve ser utilizada por aqueles investidores que esperam ganhar dinheiro com fortes altas de um determinado papel.
Isso porque, se você acredita que determinado ativo avançará forte no mercado em um futuro breve, poderá se frustrar com a limitação de ganhos característico da operação Seagull.
Neste caso, portanto, pode valer a pena para o investidor não montar esta operação e, ao invés disso, se posicionar no mercado de modo a aproveitar todo – ou ao menos boa parte – do movimento de alta esperado.
Conclusão
De maneira geral, a estratégia Seagull é bastante interessante para traders e investidores moderados e agressivos e muito utilizada em períodos de alta no mercado de ações, uma vez que ela permite ao investidor participar da alta de um determinado ativo sem precisar realizar novos aportes no mercado – utilizando seus investimentos em renda fixa ou ações como margem para a operação e garantindo a este mesmo investidor uma certa proteção em relação à estratégia utilizada.
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Caso você possua uma assessoria de investimentos, também é possível solicitar a ajuda do seu assessor de investimentos para montar algumas estratégias com derivativos e opções – como a estratégia Seagull – e proteger suas operações no mercado financeiro.
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