Você sabia que a caderneta de poupança é o investimento preferido dos brasileiros?
De acordo com um levantamento realizado pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) em 2018, cerca de 89% dos brasileiros que possuem algum tipo de investimento costumam fazer aportes justamente na poupança.
Mas, apesar de ser bastante popular até mesmo entre aqueles que conhecem pouco ou quase nada sobre o mercado financeiro, este tradicional produto de investimento é uma das piores opções para se aportar qualquer montante de dinheiro.
O motivo principal?
O baixíssimo rendimento que a caderneta de poupança oferece aos investidores.
Quer saber mais sobre este tema?
Então continue a leitura do artigo de hoje e entenda por que não vale a pena aportar o seu dinheiro nesta aplicação – que tem rendimento, no melhor dos cenários, de apenas 0,5% ao mês!
O que você irá aprender neste artigo:
- A poupança como investimento financeiro
- A poupança como estratégia de marketing
- O segredo desvendado: a regra do rendimento da poupança
- O cálculo da rentabilidade
- A rentabilidade da poupança hoje
- Os investimentos atrelados ao DI
Confira!
A caderneta de poupança como investimento financeiro
Antes de entender como funciona a rentabilidade da caderneta de poupança e conhecer os motivos pelos quais você não deve aplicar seu dinheiro neste produto financeiro, é importante compreender o significado de fazer um investimento.
Em regras gerais, quando você aporta seu dinheiro em algo ou em alguma estratégia e tem um retorno financeiro sobre este aporte, você está investindo seu capital.
Na prática, portanto, a poupança é um investimento financeiro como qualquer outro.
O problema é que o rendimento deste produto é tão baixo na comparação com outros investimentos disponíveis aos investidores no Brasil que fica difícil enxergar a poupança como um investimento, de fato.
E esta visão sobre a poupança se torna ainda mais sólida quando você começa a conhecer outras opções de investimentos – aprendendo a identificar, de maneira mais fácil, as diferença entre as rentabilidades oferecidas por cada produto financeiro e suas respectivas características.
A caderneta de poupança como estratégia de marketing
Algumas pessoas que têm um conhecimento maior sobre a caderneta de poupança e seu real rendimento ao longo do tempo costumam dizer que a estratégia de marketing adotada pelas instituições financeiras – que incentivam seus clientes a guardar o dinheiro na poupança – é uma das estratégias mais bem sucedidas do mercado.
A verdade é que a poupança segue sendo – desde sua criação, em 1861 – uma das melhores maneiras de os bancos conseguirem dinheiro a juros baixos para emprestar a outros clientes a juros muito mais altos.
E é exatamente por este motivo que as aplicações na caderneta de poupança ainda são muito incentivadas.
Antes de pensar em investir o seu dinheiro na poupança, portanto, é preciso analisar as características e os objetivos deste tipo de investimento e buscar identificar outras possibilidades de investimento em renda fixa com rendimento superior ao da poupança.
Vale lembrar que o mercado brasileiro, por ser considerado um mercado relativamente especulativo, oferece aos investidores opções de investimentos em renda fixa com boas taxas de rendimento e riscos baixíssimos.
O segredo desvendado: a regra do rendimento da poupança
A questão da rentabilidade, inclusive, é uma das maiores pegadinhas da caderneta de poupança. Isso porque, no imaginário popular, tornou-se comum utilizar como base o rendimento de 0,5% ao mês para cravar o rendimento da poupança.
O que muita gente não sabe é que existe uma regra para o rendimento da poupança, que varia de acordo com o cenário da taxa básica de juros brasileira – a Selic.
E, por não deter esta informação imprescindível para tomar uma boa decisão em relação aos investimentos, muitos investidores acabam projetando rendimentos de 0,5% ao mês com a poupança – rentabilidade que, em muitos contextos, jamais será alcançada.
Para que você não caia nesta armadilha, é importante conhecer esta regra e entender o cálculo da rentabilidade da poupança – que foi alterado em 2012 pelo governo federal.
Confira a seguir como é feito este cálculo e quais são os dois cenários possíveis de rentabilidade da caderneta de poupança:
O cálculo da rentabilidade
O cálculo da rentabilidade da poupança em vigor atualmente é feito com base em duas taxas:
- a Taxa Referencial (TR) – que costuma ser bastante baixa, dificilmente atingindo o patamar de 0,015% ao mês e
- a Taxa Selic - considerada a taxa básica de juros da economia brasileira.
Esta rentabilidade, no entanto, é dividida em dois cenários distintos.
O primeiro cenário de remuneração para os aportes atuais na poupança consiste na manutenção da Taxa Selic em um cenário superior a 8,5% ao ano.
Nesta situação, a rentabilidade da caderneta de poupança será de 0,5% ao mês + TR – ou seja, cerca de 6% ao ano + TR.
Porém, quando a Taxa Selic estiver igual ou inferior a 8,5% ao ano, a rentabilidade da poupança será de 70% da Selic + TR.
Isso significa que, em um cenário de Selic a 6,5% ao ano (patamar de 2018), por exemplo, o rendimento da poupança será de apenas 0,37% ao mês – ou 4,55% ao ano + TR!
A rentabilidade da poupança hoje
Durante o ano de 2018, por exemplo, o rendimento da poupança seguiu o segundo cenário e ofereceu uma rentabilidade de apenas 4,55% + TR ao investidor que manteve seu dinheiro aportado neste produto de investimento.
Bastante distante do cenário de 0,5% ao mês vislumbrado por boa parte dos investidores, não é mesmo?
E a expectativa é que as taxas de juros sigam em patamares baixos nos próximos anos – com o governo brasileiro buscando estimular a economia e os investimentos no país.
Se o cenário já era ruim com um rendimento de 0,5% ao mês, ele está ainda pior – e deve permanecer desta maneira ainda por um longo período de tempo.
Por isso, se antes era altamente recomendado aos investidores buscar um investimento melhor para aportar seu patrimônio, atualmente é ainda mais importante procurar alternativas à poupança e encontrar produtos com rentabilidades mais significativas e baixíssimo risco para alocar seu dinheiro.
Os investimentos atrelados ao DI
Para quem tem apenas investimentos atrelados ao CDI também pode valer a pena repensar estratégias e investir em produtos mais rentáveis.
Isso porque a Taxa DI – que funciona como base para rentabilidade dos investimentos em renda fixa – tem valores muito próximos aos da Selic.
Os rendimentos dos investimentos atrelados a esta taxa, portanto, também acabam sendo bastante reduzidos em um cenário de Selic mais baixa.
Uma dica para quem deseja buscar melhores investimentos para alocar seu capital é investir em produtos mais rentáveis – como os fundos multimercados, fundos internacionais – ou até mesmo os fundos de ações, para quem deseja adotar um perfil mais agressivo para os investimentos.
Agora que você já sabe que a caderneta de poupança não é um bom investimento, que tal dar um destino melhor para o seu capital e fazê-lo render mais ao longo do tempo sem precisar se expor a riscos maiores?
O seu dinheiro agradece!